A Ambiência no Projeto Arquitetônico de Reforma dos Consultórios Ginecológicos do CISAM

26 de outubro de 2022

Projeto para o “CISAM – Centro Universitário Integrado de Saúde Amaury de Medeiros” (Pernambuco)

Autor: Maria Cecília Souza Vaz de Oliveira

Objetivo

A procura por unidades ambulatoriais com especialidades estão aumentando consideravelmente, principalmente após a pandemia do coronavírus, em que as pessoas estão com medo de frequentar ambientes hospitalares. O CISAM (Centro Universitário Integrado de Saúde Amaury de Medeiros,) localizado na cidade do Recife/PE, tem um trabalho voltado especificamente para a saúde das mulheres e por isso há uma grande quantidade de consultórios para o atendimento ginecológico.

Por muitos anos o ambiente hospitalar estava direcionado apenas nos novos usos da tecnologia e nas normatizações, porém estudos recentes mencionam a necessidade de retornar a sua função de locais voltados a cura. Com isso, a arquitetura para saúde deverá focar na humanização dos locais, sendo fundamental escultar e trazer para a discursão, nos processos de concepção dos projetos, as considerações dos que irão utilizar o ambiente, que são os gestores, trabalhadores e usuários.

A Política Nacional de Humanização tem como uma de suas diretrizes a valorização da ambiência, com a organização de espaços saudáveis e acolhedores. Um dos seus eixos é a confortabilidade, que visa conceber ambientes confortáveis e acolhedores, de modo a favorecer a privacidade e individualidade dos usuários do serviço e trabalhadores que usam o espaço. A confortabilidade é relacionada com as necessidades dos sujeitos e a sua acomodação no ambiente onde se localiza, esta sensação é ocasionada através do uso de elementos que interagem as pessoas como a cor, a luz, as texturas, os sons, os cheiros e as artes. Quando estes são utilizados de forma equilibrada e em harmonia, criam uma ambiência acolhedora e que podem contribuir no processo de produção de saúde e espaços saudáveis. Outro eixo importante na ambiência é a privacidade, onde contempla o direito da individualidade, proteção da intimidade e respeito a dignidade. Muitas vezes as pessoas ficam com seus corpos expostos no exame médico, em locais com pessoas desconhecidas e com a falta de privacidade, mesmo com algumas proteções como cortinas e biombos. E por último, a importância de envolver todos os usuários no processo de pensar e projetar estes ambientes.

O recorte foi escolhido para os consultórios por escutar (em uma das visitas ao local) dos usuários a necessidade de a unidade de saúde entregar um melhor acolhimento, privacidade (algumas consultas acontecem ao mesmo tempo na mesma sala, sendo separadas apenas por meia paredes ou biombos) e conforto, pois muitas delas passam horas esperando uma consulta e muitos médicos (as) passam horas atendendo em salas sem ambiência nenhuma. Além de fazer um ambiente em que todas as pessoas possam ser inclusas, oferecendo a elas uma maior facilidade de mobilidade.

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