Mais representatividade negra nas ilustrações médicas

30 de agosto de 2022

Conheça Chidiebere Ibe, o jovem estudante de medicina que trouxe a representatividade negra para as ilustrações médicas. Ele é o autor da ilustração que é capa desta matéria.

Nunca falamos tanto sobre representatividade. E precisamos continuar a falar, principalmente na área de saúde. Recentemente, o tema ganhou holofotes internacionais com o artista nigeriano e estudante de medicina Chidiebere Ibe, que apontou a falta de representatividade negra na literatura médica. Ele viralizou nas redes sociais ao criar uma ilustração em que retrata uma mulher grávida negra com um bebê no útero. A imagem chamou a atenção para além da questão de representatividade, e trouxe à tona o quanto a diferença na cor das ilustrações pode até mesmo influenciar diagnósticos.

Para muitos, era a primeira vez que a pele negra era retratada nas ilustrações médicas. E essa percepção do estudante de medicina tem fundamento. Um estudo publicado pela Academia Americana de Dermatologia e realizado pela Universidade da Pensilvânia, apontou que apenas 4,5% das ilustrações na literatura médica representam peles negras.

 

“Não há inclusão sem representação. É difícil ser o que você não pode imaginar.” Chidiebere Ibe

 

Para Ibe, não há inclusão sem representação e a diversidade é essencial para o treinamento de médicos e profissionais da saúde.  Em sua conta no GoFunMe, onde arrecada fundos para manter sua faculdade de medicina, o jovem afirma que “pesquisas recentes sobre desigualdades na saúde descobriram que os alunos negros estão mais envolvidos com ilustrações que retratam a cor de sua pele. A maioria dos dermatologistas não está totalmente ciente da variação dos sinais de doenças. É difícil distinguir condições como erupção cutânea, varicela, etc, em peles diferentes”, ele diz.

estudante de medicina

Chidiebere Ibe, ilustrador e estudante de medicina.

Em suas redes sociais Ibe fala sobre como o movimento pode ganhar forças pelo mundo afora. “Seja branco ou preto, podemos amar, ser amados e valorizados da mesma forma. As pessoas me perguntam como apoiar meu trabalho e sempre respondo: É simples! Junte-se à tendência dos agentes de mudança, defendendo a representação adequada em nossas literaturas médicas dentro de sua esfera de influência. Este esforço sinérgico produz resultados positivos. É difícil ser o que você não pode imaginar. A Arte na Medicina está mudando o mundo, desafiando conversas difíceis e oferecendo soluções para a falta de representatividade que vemos”, afirma.

Quer saber mais sobre a representatividade negra nas ilustrações médicas? Confira mais sobre Chidiebere Ibe e seu trabalho: https://www.instagram.com/ebereillustrate/

Créditos da ilustração de capa e foto: Chidiebere Ibe.

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